quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

AMORFA DE QUATRO ATOS

Para Juan Gelman

Perfuras as minhas vontades. Libero as tuas necessidades. Compras, para mim, um prazer artificial. Revelo, para ti, minhas vísceras jogadas ao mar. Mudas teu olhar. Divido teu rosto em partes informes.
* * * *
Enfio bruscamente. Relaxas aos poucos, buscando os meus lábios para sugerir suavidade. Oculto nos meus pensamentos o que mais desejo. Atiras tua raiva branca, no meu peito, que nunca consegue te esquecer.
* * *
Confirmas uma visão no escuro, um epigrama mítico. Leio e me atiro no sonho de tuas promessas quase com interesse. E solucionas o meu gozo, mais uma vez, quando soltas, para mim, aquelas frases pouco coloridas.
* *
Me desespero quando percebo que as tuas vontades são mais fortes, porque compreendes o mundo sem essa minha sensibilidade analítico protetora. Te encontras à beira do mar aberto em madrugadas, e compras, enfim, as flores que finges alcançar: é perigoso viver lá fora, meus livros contemplam uma vida, um rastro de ervas, um assobio – enviado – por – Messenger: Chill Out http://www.youtube.com/watch?v=0f7UPTz4KeU&feature=related – Cecilia Roth, diz: /Con este poema no tomarás el poder* dicen./ Confidences. /Con estos versos no harás la revolución* dicen./ Ni con miles de versos harás la revolución*/ Inspiração? Expiração? (Isso basta, quando acaba)
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Danilo Machado

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